São Paulo e seus sabores: 7 pratos que são a cara da cidade

 

Nesta semana, a capital paulistana completou 467 anos de existência. Falar de São Paulo sem citar sua pluralidade DE povos, culturas e tradições é algo absolutamente impossível. A história da cidade é formada por vozes de diferentes cantos do planeta: brasileira, japonesa, chinesa, africana, italiana, árabe, etc.

Como consequência, esta soma de culturas se reflete na culinária da cidade, com pratos que surgiram em diferentes regiões do planeta mas que foram abraçadas pela metrópole. E de tal forma que acabaram ganhando identidade nacional e se tornando partes da nossa história.

Por isto, listamos aqui alguns dos pratos, lanches, refeições e salgados que são a cara de SP.

Então, vamos lá?

Pastéis de feira

 

 

O prato que é obrigatório em qualquer visita a uma feira de rua – geralmente acompanhado com um copo de caldo de cana gelado. Existem discussões a respeito de sua origem. De acordo com estudiosos, o pastel é uma reinterpretação dos guiozas e teria sido trazido para o Brasil pelos imigrantes japoneses, vindos na primeira metade do século XX para o trabalho nas fazendas de café.

Uma curiosidade: o pastel é normalmente associado à China porque estes imigrantes tentavam, na época, se passar por imigrantes chineses. Isto se dava para evitar o preconceito sofrido pelos japoneses em virtude da Segunda Guerra Mundial. Ainda em 1940, o alimento se popularizou por todo o estado de SP e não demorou muito para ganhar o resto do país.

Virado a paulista

 

 

Na maioria dos restaurantes paulistas, é quase uma lei: segunda é dia de virado à paulista. Declarado patrimônio imaterial do estado, este prato é parte integral de sua história desde sua formação. O virado era parte das refeições dos bandeirantes e dos exploradores em monções (expedições fluviais) já no século 16. Na época, o prato era feito com toucinho, farinha de milho e feijão. Durante as viagens, os alimentos se misturavam e daí vem o nome. Eventualmente, a receita da refeição cresceu, ganhando também couve, linguiça, ovo frito, carne seca, arroz e a banana empanada.

Sanduíche de mortadela do mercado municipal de São Paulo

 

 

Como já dissemos no post de ontem, o sanduíche de mortadela surgiu com um tamanho mais humilde. Com o tempo, os trabalhadores do mercado, em virtude do trabalho pesado, carregando e descarregando carga, precisavam de um lanche mais reforçado. É neste ponto que o sanduíche recebe aquela generosa quantidade de recheio que lhe fez tão famoso. Alguns restaurantes colocam quase 400 gramas de mortadela na receita. Dependendo do local, a receita varia, ganhando também outros tipos de carne, diferentes tipos de queijo e ovo frito.

Cuzcuz a paulista

 

 

O cuzcuz, outro prato que veio pro Brasil através das imigrações, tem duas grandes versões no Brasil. A de São Paulo/região centro sul e a nordestina, com diferenças na receita e método de preparação. A versão paulista se difundiu pelo estado novamente em virtude das expedições de bandeirantes e tropeiros.

Bauru

 

 

Ao contrário do que se pode deduzir, o sanduíche NÃO surgiu na cidade de mesmo nome, mas aqui na capital. Segundo a história conta, o lanche surgiu no bar Ponto Chic (estabelecimento que, inclusive, ainda existe e segue funcionando), quando, em uma noite em 1936, um radialista e aluno da faculdade de direito, Casimiro Pinto Neto – também conhecido como Bauru -, chegou no restaurante e pediu um lanche personalizado, sugerindo alguns dos ingredientes. Inicialmente, levava pão, rosbife, queijo derretido em banho maria, tomate, orégano e sal. A receita chegou até a cidade de mesmo nome nos anos 70, através do restaurante Skinão (que, tal qual o Ponto Chic, também segue em atividade). Segundo os funcionários da lanchonete, o Bauru ainda é o carro-chefe do estabelecimento, sendo vendidos em média 300 sanduíches por dia.

Coxinha

 

 

A origem deste salgado é contestada. Existem versões que dizem que ele teria surgido em Limeira, no interior do estado. No entanto, outras dizem que já existiam versões parecidas sendo feitas na Europa durante o século 19. E ainda existem versões que datam sua origem como paulista, durante a época da industrialização da capital. Independente de qual for a verdadeira, fato é que a coxinha se popularizou na cidade, sendo o salgado favorito dos paulistas. Como resultado, São Paulo conta com vários estabelecimentos especializados na criação de coxinhas com os mais diferentes tipos de massa e recheios.

Cachorro quente com purê

 

Uma das receitas mais famosas e mais adaptadas do mundo. Surgido nos Estados Unidos, o “hot dog” levava apenas pão, salsicha, mostarda e catchup. No Brasil, a receita foi, com o tempo, mudando e mudando, desde versões gourmetizadas até as opções mais “ogras”, com tamanhos que tornam impossível comer o sanduíche sem a ajuda de garfo e faca. Em São Paulo, a marca registrada do lanche é colocar batata palha e purê de batata. Além de gostoso, o purê tem uma função prática, ajudando a manter os ingredientes no lugar.

Enfim, estes e muitos outros pratos compõem aquela colcha de retalhos cultural gigante que chamamos de gastronomia paulista. Então, aproveite a semana especial para dar uma escapada da dieta e saborear sua comida típica paulista favorita.

Concluindo, para mais posts como este, além de sugestões de produtos e receitas, visite sempre o blog da Atau.

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