Acordar cedo, ir para o trabalho, lidar com chefe, demandas e deadlines…
Há quem se sinta confortável e satisfeito levando este tipo de vida, e não há nada de errado nisto. No entanto, há também aquela parcela de pessoas que vê nesta rotina apenas a porta de entrada para conseguir recursos que possam financiar seus sonhos de um negócio próprio.
Para estas pessoas, pensamos em oferecer algumas orientações sobre os passos necessários para iniciar um empreendimento do zero.
Neste primeiro texto, vamos nos focar nos processos para criação de um mercadinho de bairro. Apesar de mercados de grandes franquias se espalharem pelos centros urbanos em rápida velocidade, sempre haverá a necessidade destes pequenos ou médios estabelecimentos.
Além de suprir necessidades particulares das comunidades mais próximas, os mercadinhos poderão se destacar por apresentarem diferenciais, seja no serviço ou no atendimento ao cliente.
Exatamente por isso e, indo além, por ser um tipo de comércio com uma taxa de rentabilidade relativamente alta (em torno de 35%, e variações como hortifrutis, por exemplo, giram com taxas ainda maiores), os mercadinhos são um tipo de negócio que funciona como porta de entrada para quem quer empreender.
Mas atenção: este post é apenas o primeiro de uma série que tratará sobre os processos de montagem de um novo mercado, e de forma alguma pretende ser a última palavra ou o artigo definitivo a esse respeito. O propósito é oferecer alguns insights para quem está começando e ainda não tem muita noção de como transformar a ideia de seu novo estabelecimento em realidade.
Passos –
Planejamento:
é neste ponto que muitos negócios pecam, o que pode render preocupações no futuro. Foi feito um plano de negócios? Você verificou a localização do local e os pontos fortes e fracos? Quais os custos da empreitada? O prédio tem um espaço para estocagem de materiais grande o suficiente ou você vai ter que lidar com armazenamento limitado, o que, por sua vez, vai demandar preocupações específicas no que tange à compra de novos itens?
Tenha tudo isso na ponta do lápis.
O primeiro passo é realizar um plano de negócios, ou seja, um documento onde todos os pontos importantes do seu comércio, vantagens e desvantagens, gastos e possíveis ganhos, são considerados, de forma a se antecipar diante de possíveis problemas. A elaboração de um plano de negócios é um processo complexo, mas já existem sites como o do Sebrae com textos, tutoriais e modelos prontos para facilitar esse importante passo na montagem de seu mercado.
Leia também: “Planejamento empresarial: você sabe fazer?”
Além disso, qual sua margem de lucro pensada? Você precisa de lucro rápido ou isso pode se estender por um período maior de tempo? Foram considerados serviços que podem ser diferenciais, como seção de hortifruti, açougue ou padaria? Em caso afirmativo, você incluiu os gastos com expositores, balcões refrigerados, freezers e fornos no plano de gastos?
Tirar o devido tempo para sentar e pensar em todos estes passos é fundamental para não ter problemas futuramente.
Escolhendo a localização:
Um passo importante em seu processo de criação do mini-mercado é a escolha da localização ideal.
Uma dica: procurar um mapa e localizar a) pontos de grande concentração de pessoas; idealmente, perto de condomínios e áreas de grande fluxo humano. b) a localização dos concorrentes. c) um ponto nestes locais que não tenha nenhum mercado próximo.
No entanto, isto não é uma equação matemática, e abrir seu negócio em um local com outro mercadinho nas proximidades não é necessariamente uma escolha ruim. O ideal seria visitar o estabelecimento em horários de pico e verificar o volume de pessoas lá dentro. E lembre-se: seu negócio vai apresentar diferenciais que vão fazer com que ele seja diferente do serviço oferecido pelos concorrentes:
Capital de giro:
o capital de giro é o montante de dinheiro que você tem reservado para cobrir os custos e gastos de seu mini-mercado, até que os lucros decorrentes das vendas comecem a retornar.
Por exemplo: você montou um estoque. Para isto, você comprou produtos dos fornecedores; ou seja, uma quantia de dinheiro foi gasta. Seus produtos estão sendo vendidos, com parte do dinheiro à vista e mais pagamentos com cartão ou cheque que podem levar, digamos, de 15 a 20 dias para caírem em sua conta. Existe aí uma janela de tempo (o período entre o dinheiro que sai e esse hiato até que o dinheiro das vendas ofereça retorno) em que precisam ser considerados, por exemplo, os gastos com reposição de estoque.
Além disto, devem ser incluídos nesta conta os custos fixos (eletricidade, água, pagamento dos funcionários e fornecedores) e os custos variáveis (taxas de vendas, reposição de insumos). Somados todos esses valores e divididos pelo período de um mês, já dá para ter uma ideia inicial do custo diário do seu negócio, do quanto ele exige de dinheiro diariamente para funcionar de forma saudável. A partir disto, é possível chegar a um valor aproximado da quantidade de dinheiro que seria necessário ter em caixa durante este período inicial de funcionamento do mercado, até que ele consiga se sustentar sozinho com o lucro das vendas.
Vantagens competitivas:
imagine um cenário em que seu negócio esteja próximo de um grande hipermercado ou uma das versões menores dessas grandes franquias.
Empresas de grande porte podem negociar descontos com fornecedores, já que compram em um volume maior. Logo, elas podem vender produtos por um preço menor para garantir clientela e, ainda assim, garantir uma margem de lucro.
Portanto, seu novo negócio precisa oferecer vantagens para a clientela local, e estas vantagens não poderão incluir preços menores, devido ao cenário descrito acima. Sendo assim, tais diferenciais terão que estar em aspectos como o serviço, a diferenciação dos produtos e o tratamento com o cliente. Seu negócio oferece entregas domiciliares? Funciona em horários diferenciados da concorrência? Seu setor de panificação e hortifruti está sempre fresco? Estes detalhes podem oferecer a você elementos que serão atrativos para o público.
Outra dica: ocasionalmente, separe de 1 a 3 produtos e ofereça descontos nas vendas destes por um período específico de tempo (24 horas, por exemplo), mesmo que isso signifique diminuir sua margem de lucro a zero. Preferencialmente, produtos de grande procura pela comunidade local, como alimentos ou produtos de limpeza. O objetivo aqui é a fidelização de clientes.
A ideia é que estas dicas e orientações sejam um primeiro passo para aqueles que visam estabelecer um mercadinho ou comércio de pequeno ou médio porte. Caso você leitor seja uma dessas pessoas, recomendamos a visita a sites como o do Sebrae ou a procura de tutoriais em sites similares e também no Youtube, para entender quais são os processos para que seu negócio possa crescer de forma sustentável.
E na hora de escolher os equipamentos das melhores marcas e com os melhores preços para seu futuro mercado, que tal uma visita ao site da Atau?
What do you think?